segunda-feira, 24 de agosto de 2015

"E... assim surgiu a luz"



Painel Universo em Evolução. Concepção de Augusto Damineli e
 ilustração de Paulo R. F. Santiago.
Estamos no Ano Internacional da Luz. A 68ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, ocorrida no dia 20 de dezembro de 2013, proclamou o ano de 2015 como o Ano Internacional da Luz e das tecnologias baseadas em luz. Em quase todos os países do mundo estão sendo realizadas milhares de atividades tais como: exposições, palestras, experimentos, seminários, cursos, congressos, publicações para difusão e vários outros eventos alusivos à luz. A abertura ocorreu em Paris nos dias 19 e 20 de janeiro deste ano e o encerramento será no México entre os dias 4 e 6 de fevereiro de 2016, com solenidade a ser realizada na cidade de Mérida, que fica próxima a um dos mais antigos observatórios astronômicos conhecidos – El Caracol. 


Os anos internacionais são definidos pela Assembleia Geral da ONU que convoca sua vinculada, Unesco, para implementá-los entre os países que concordam em participar. Eles ocorrem desde o ano de 1957, que foi definido como sendo o Ano Internacional da Geofísica. O ano de 2005 foi proclamado como Ano Internacional da Física, em comemoração aos 100 anos em que Albert Einstein publicou seus artigos sobre a Teoria da Relatividade. Em 2009, tivemos o Ano Internacional da Astronomia, onde celebramos os 400 anos que Galileu Galilei apontou pela primeira vez um telescópio para o Céu.

O Ano Internacional da Luz tem como objetivos a celebração de alguns fatos importantes relacionados à luz na história da ciência. São eles: Os 1.000 anos da óptica árabe, com os trabalhos de Ibn Al-Haytham no ano de 1015; Os 200 anos do comportamento ondulatório da luz proposto pelo físico francês Augustin-Jean Fresnel (1788-1827); 150 anos da Teoria Eletromagnética da Luz do físico britânico James Clerk Maxwell (1831-1879); 110 anos da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein e também os 100 anos dos seus trabalhos sobre o Efeito Fotoelétrico; 50 anos da descoberta da Radiação Cósmica de Fundo feita pelos físicos norte-americanos Arno Allan Penzias e Robert Woodrow Wilson; e ainda os 50 anos dos trabalhos do físico chinês Charles Kuen Kao sobre o uso das fibras ópticas nas comunicações.

Na coluna de hoje, resolvi participar das celebrações do Ano Internacional da Luz escrevendo algo sobre a luz no contexto do Universo. Afinal, o nosso Universo é constituído por estrelas que são a principal fonte de luz. Para tanto, não encontrei algo mais didático do que o impressionante painel Universo em Evolução, desenvolvido pelo astrofísico brasileiro professor doutor Augusto Damineli com ilustração de Paulo R. F. Santiago.

O painel mostra a evolução do Universo desde o Big Bang, passando pela evolução da vida na Terra, até o futuro do nosso Sistema Solar, com a morte do nosso Sol. Mas, como nossa coluna está se referindo à luz, fiz um corte no painel para salientar apenas o surgimento da luz. O painel completo está em exposição permanente no Planetário Rubens de Azevedo, com visitação gratuita, fixado no teto do Espaço Mix do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

A figura acima ilustra duas fases: a fase dominada por luz e partículas, que durou cerca de 400 mil anos, e a fase da formação dos astros e evolução química, que durou cerca de 5 bilhões de anos.

Na descrição do painel Evolução do Universo, na fase dominada por luz e partículas, Augusto Damineli escreve:

“É possível que existam outros universos. O nosso nasceu há 13,7 bilhões de anos, numa grande explosão, o Big Bang. Uma gotícula de energia pura, infinitamente quente e densa, entrou em expansão e esfriamento. Eras inteiras se sucederam em frações de segundos. As quatro forças se desacoplaram uma após outra e a expansão acelerou-se de forma inflacionária. A matéria e a antimatéria criavam-se e aniquilavam-se mutuamente em forma de luz, restando apenas 1 bilionésimo da matéria que existia. À idade de 3 minutos, 10% do hidrogênio havia se transformado em hélio. O universo era uma espécie de sopa uniforme, luminosa e “intransparente” (como uma lâmpada de gás). A luz não permitia a aglutinação da matéria. Aos 400 mil anos, a temperatura baixou para 3 mil graus e o plasma ficou neutro, em forma de átomos. O céu tornou-se transparente e escuro, como ainda é hoje.”

Na fase da formação dos astros e evolução química, o autor do painel explica:
“Comandadas pela gravidade da ‘matéria escura’, as tênues nuvens de gás condensam-se em ‘rios’ de matéria. Após 200 milhões de anos de escuridão (idade das trevas), formou-se a primeira geração de estrelas que reiluminaram o universo e aglutinaram-se em galáxias. O coração quente das estrelas passou a fundir os átomos menores em maiores. As grandes estrelas formaram o oxigênio, e as médias formaram o carbono e o nitrogênio. Aos 2 bilhões de anos, o universo já estava repleto desses átomos biogênicos. Aos 5 bilhões de anos, a tabela dos elementos químicos estava completa. Átomos começavam a ligar-se formando moléculas, sendo a água uma das mais abundantes e mais antigas. Há 4,56 bilhões de anos, na periferia da galáxia da Via Láctea, uma nuvem de gás e poeira condensou-se, formando uma pequena estrela, o Sol, rodeado por um carrossel de planetas. Entre eles, um (pequeno) planeta rochoso situado na zona de água líquida, a Terra.”

Vou encerrar nossa coluna com um texto do doutor Damineli, que faz parte das descrições do painel Evolução do Universo.

“Num universo em que os próprios astros são transitórios, a humanidade não é mais que um brevíssimo capítulo. Embora microscópica no tempo e no espaço, é ela, entretanto, quem conta esta grande história. Nós contemos o universo que nos contém.”

FONTE: JORNAL O POVO

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Cientistas dizem que o Universo está morrendo


O Universo está morrendo pouco a pouco, segundo uma equipe internacional de cientistas, concluindo que a energia produzida atualmente por 200 mil galáxias é duas vezes menor que há dois bilhões de anos. Os pesquisadores realizaram as medições mais precisas da energia já realizadas até agora numa ampla zona do espaço sideral. A energia emitida se dividiu em dois nos mais recentes dois bilhões de anos e não para de cair, concluíram.

“A partir de agora, o Universo está fadado ao declínio”, explicou na cidade de Crawley, Simon Driver, integrante do Centro Internacional de Pesquisas Radioastronômicas (Icrar) da Austrália, que participou do projeto. “O Universo estirou-se no sofá, cobriu-se com uma manta e se prepara para um sono eterno”, diz.

Os pesquisadores utilizaram sete dos radiotelescópios mais potentes do mundo para observar durante oito anos galáxias em 21 longitudes de onda diferentes, como as infravermelhas ou as ultravioletas, no âmbito do estudo Gama. O estudo é resultado da colaboração de uma centena de cientistas de mais de 30 universidades australianas, europeias e norte-americanas.

Grande parte da energia que circula através do Universo foi gerada depois do Bigue-Bangue, a explosão criadora do Cosmo. Mas, também há liberação constante da energia nova graças à fusão termonuclear das estrelas. “Esta energia nova ou é absorvida pela poeira ou viaja até que se choca em algo como uma estrela, um planeta”, afirmou Driver. Os pesquisadores sabem há tempos que o ritmo de criação de estrelas no Universo está em declínio.

As várias aplicações da energia nuclear




Você já imaginou comer uma fruta esterilizada por irradiação? Parou para pensar nos exames rotineiros do check-up, que também fazem uso de produtos radioativos? Dificilmente você acharia que a energia nuclear pode ser uma aliada no meio ambiente. Os elementos nucleares utilizados na área da indústria, agricultura e medicina são os radioisótopos, ou seja, isótopos (variantes dos elementos químicos), que emitem três tipos de radiação: partículas alfa e beta, e onda eletromagnética gama. Elas podem até atravessar a matéria ou serem absorvidas por ela, o que possibilita múltiplas aplicações.

Dependendo da energia que possuam, as radiações emitidas podem ser detectadas onde estiverem, através de aparelhos apropriados, denominados detectores de radiação. Dessa forma, o deslocamento de um radioisótopo pode ser acompanhado e seu percurso ou “caminho” ser “traçado” em um mapa local, que são os traçadores radioativos. “Ser radioativo não significa necessariamente que você tenha uma reação em cadeia (como acontece nos reatores nucleares). São processos que, em princípio, não estão ligados ao núcleo do átomo”, explica o coordenador do curso de Física da UFC, Carlos Alberto Santos.


Medicina

Na Medicina, a radiação pode ser usada na forma diagnóstica ou de tratamento. As radiografias (Raio X), mamografias e tomografias, por exemplo, utilizam material radioativo no equipamento. “São geradas ondas eletromagnéticas e cada onda tem uma velocidade, que é gerada pelo equipamento para fins específicos. Na tomografia, por exemplo, o paciente deita e a energia elétrica passa e joga raio no paciente. A máquina faz a imagem de como as estruturas do corpo absorvem mais aquela substância”, explica o presidente da Sociedade Cearense de Radiologia, Pablo Picasso. 

Mas há ainda exames onde o material radioativo (chamado de radiofármaco) é ingerido pelo paciente. “Nesse caso, a gente faz a imagem com o que esse material emite de radiação para a máquina”, destaca o especialista em Medicina Nuclear, Régis Nogueira. A diferença é que nesses tipos de exames (os mais comuns são as cintilografias óssea e do miocárdio) são estudadas as funções do corpo, quando na tomografia, por exemplo, o foco é a anatomia do corpo. O radiofármaco é dado por via oral ou venosa ao paciente, se distribui pelo corpo e a imagem é feita. Conforme Régis, a eliminação desse material se dá através da urina ou fezes. A energia gama é usada neste tipo de diagnóstico.

No tratamento de radioterapia, o princípio de utilização do radiofármaco é o mesmo da imagem, mas muda o radioisótopo. “As partículas têm mais poder de ionização. Na radioterapia, procura-se minimizar a radiação, usando-a apenas na área onde precisa atuar”, explica o especialista. Para que os efeitos sejam centralizados, cada paciente passa por um planejamento radioterápico, que evita a emissão de radiação para outros órgãos. O tratamento é possível através de aceleradores lineares, equipamentos que fornecem energia a feixes de partículas e possibilitam a concentração de energia em pequeno volume e em posições controladas da forma que precisa. 

SAIBA MAIS

Meia vida é o tempo que uma fonte radioativa leva para se apagar, que pode variar entre segundos ou bilhões de anos.
Em 1987, dois jovens catadores de materiais recicláveis abriram um aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado no centro de Goiânia. A intenção era vender o chumbo e o metal, mas eles ignoraram que dentro do equipamento havia uma cápsula contendo césio-137, um metal radioativo. Em um ferro velho, a cápsula foi aberta e o material azul intenso que surgia contaminou quem ia ver o aparelho. O Cenen monitorou níveis de radioatividade em 112 mil pessoas.
Braquiterapia é um tipo de radioterapia que consiste na colocação de uma fonte de radiação dentro da área que necessita de tratamento.

Um terremoto de 8,9 pontos da escala Richter, em março de 2011, abalou a região de Tohoku, no Japão, e provocou uma tsunami. Os fenômenos danificaram a estrutura da Central Nuclear de Fukushima I, na cidade de Okuma, e provocaram o derretimento de três reatores nucleares. Foi o maior desastre nuclear desde o acidente de Chernobil, em 1986, na Ucrânia, quando uma explosão e um incêndio lançaram grande quantidade de partículas radiativas na atmosfera, provocando a morte de 31 pessoas e outros efeitos, como câncer e deformidades.

O que é feito do lixo nuclear?


“Sociedade sem energia normalmente não é uma sociedade bem desenvolvida”. A afirmação é do doutor em Engenharia Nuclear e professor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo (IPEN/USP), João Manoel Losada Moreira. Conforme ele, a energia nuclear como fonte de energia elétrica começou a ser utilizada de forma mais efetiva na década de 1960. Hoje, um dos seus maiores destaques é a não emissão de CO2 na atmosfera. Mas podem ser incluídas ainda, entre as vantagens, a grande disponibilidade de combustível (elementos radioativos), não depender de fatores climáticos e gerar pequena quantidade de resíduo.

“O volume de resíduos radioativos é pequeno em relação a uma fonte fóssil, como carvão ou gás natural, onde tudo que entra como matéria-prima é emitida para a atmosfera. Na nuclear, como é muita energia por unidade de massa, a quantidade emitida é pequena”, detalha o professor. Conforme ele, existem três tipos de rejeitos radioativos, de baixo, médio e alto níveis. O tempo de duração, que varia entre dezenas e milhares de anos, e o tipo de armazenagem os diferenciam e definirão quantidade e qualidade de barreiras de contatos. Os de alto nível podem durar entre 500 e até milhares de anos, enquanto os de médio têm duração de 300 anos e, os de baixo nível, cerca de 30 anos.

Para armazenar o lixo radiativo, o caminho é separá-lo ao máximo dos humanos. De acordo com João Manoel, o material é desidratado, misturado em uma matriz (cimento, por exemplo) que impeça qualquer reação química. Depois, há uma blindagem e ele é colocado em um tambor de ferro ou aço fundido.

A instalação, na maioria das vezes debaixo da terra, é uma das últimas barreiras. “Os de alto nível são colocados geralmente em uma área de montanha, que não tenha corpos aquáticos, com algumas galerias de rocha. Precisa monitorar, ver se não tem nenhum tipo de deterioração ou algum tipo de reação”. Resíduo, matriz, tambor, instalação, caverna, geosfera, biosfera, ser humano. Essa é a sequência de barreiras que, a depender do nível de resíduo, devem separar o lixo do contato com pessoas.

Reciclagem

O Brasil ainda não realiza, mas França, Japão e China já reciclam os rejeitos das usinas. “O combustível opera por um ano ou um ano e meio. A reciclagem poderia aproveitar 97,6% do material e armazenar apenas 2,4% (se for de nível médio)”, acrescenta. O fato de as usinas brasileiras ainda não reciclarem, diz ele, deve-se a uma “falta de decisão”. “Só temos dois reatores, então talvez, por enquanto, seja mais fácil guardar”. 

De acordo com João, os Estados Unidos não reciclam, com a intenção de guardar o material e usá-lo para fins bélicos. “Toda a questão de salvaguarda internacional são sobre estas matérias”, avalia. Os franceses possuem 58 reatores, os americanos têm cerca de 100 e estão construindo mais cinco. “Cerca de 70 reatores estão sendo construídos atualmente no mundo”.

“O volume de resíduos radioativos é pequeno em relação a uma fonte fóssil, como carvão ou gás natural, onde tudo que entra como matéria-prima é emitida para a atmosfera. Na nuclear, como é muita energia por unidade de massa, a quantidade emitida é pequena”

FONTE: JORNAL O POVO

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Você tem que saber


BANGLADESH
TIGRE BENGALA EM EXTINÇÃO

A população de tigres de Bengala diminui a um ritmo alarmante nos Sundarbans, a maior floresta de manguezal do mundo, em Bangladesh, segundo estudo publicado na última semana. Enquanto 440 exemplares da espécie foram contabilizados em 2004 neste ecossistema excepcional, inscrito no patrimônio mundial pela Unesco, os grandes felinos na realidade são apenas uma centena, afirmou Tapan Kumar Dey, responsável pela proteção da fauna e da flora do governo. Depois de um ano de observação, contaram entre 83 e 130. (AFP).

SAÚDE
O RISCO DE VACINAS DEFEITUOSAS

Vacinas defeituosas ou “permeáveis” poderiam gerar vírus ainda mais poderosos - é o que diz estudo realizado em aves que levanta preocupações sobre o desenvolvimento de algumas vacinas em seres humanos. Quando uma vacina funciona como deve, como a da varíola, da pólio e do sarampo, protege os vacinados e também previne a transmissão do vírus. Mas este novo estudo publicado na revista PLoS Biology, percebeu que as vacinas imperfeitas protegem as aves, mas permitem que o vírus sobreviva de forma mais prejudicial.”Permitem que os vírus virulentos continuem a evoluir”, disse um dos autores, Venugopal Nair, do Instituto de Pirbright, no Reino Unido. (AFP)

TRANSPLANTE
MENINO RECEBE DUAS MÃOS

Um menino de oito anos recebeu um duplo transplante de mãos - algo inédito no mundo para esta faixa etária - na última terça, em um hospital infantil da Filadélfia, anunciou a própria instituição. A equipe médica enxertou em Zion Harvey as duas mãos e os antebraços de um doador. Nascido em Baltimore, o menino perdeu as mãos e os pés em uma grave infecção, que também o obrigou a um transplante de rim. Zion caminha e consegue comer, escrever e até jogar videogame com o auxílio de próteses. Seu sonho agora é lançar uma bola com as novas mãos. O transplante contou uma equipe médica multidisciplinar de 40 pessoas. (AFP)

A era nuclear


Um momento na história, em 1945, quando a energia nuclear foi usada para bombardear as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Foi também quando se intensificaram as descobertas que mudariam o mundo, a sociedade, o futuro. Através de uma unidade, minúscula, que compõe as moléculas de todo e qualquer corpo existente no universo: o átomo. Iniciar guerras e exterminar populações. Mas também gerar energia elétrica, diminuir o aquecimento global, intensificar a ação de submarinos, rastrear o metabolismo de uma planta com fins farmacêuticos ou erradicar pragas de plantações. Sim, a fórmula de prótons (partículas com carga positiva) e nêutrons (partículas sem carga) em um núcleo, rodeado de elétrons (partículas com carga negativa), pode ter todos esses fins.

As aulas de Física e Química ensinam sobre esse poder da energia nuclear, que dá origem ao fenômeno de radiação. Como isto acontece: o núcleo do átomo de um elemento químico pesado (como o urânio) é quebrado em dois núcleos menores e atingido por um nêutron, num processo denominado de fissão nuclear. Uma reação em cadeia então começa, porque, além dos dois novos núcleos, surgiram também mais nêutrons, que podem atingir outros núcleos de átomos do urânio e isso, acontecendo de forma sucessiva, libera muito calor. Controlar- ou não - essa reação é o que vai diferenciar o uso pacífico ou bélico na energia atômica.

“Existem quatro forças fundamentais na natureza: a gravidade, o eletromagnetismo, a força fraca e a forte, que é chamada nuclear”, destaca o coordenador do curso de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Alberto Santos. E essa força está mais presente no cotidiano da humanidade do que se imagina. A radiação emitida por alguns elementos – que pode vir na forma de partículas beta e alfa ou por onda eletromagnética gama (você também já ouviu falar sobre elas na escola)- já traz benefícios na medicina, indústria, meio ambiente... Em uma analogia mais simplificada: os raios nucleares vêm dentro do corpo, de objetos, da água, das plantas.

Atualmente, entre as mais intensas discussões mundiais estão o uso da energia nuclear para geração de energia elétrica, nas usinas nucleares, e a possibilidade de países usarem o material radioativo para a confecção de armas nucleares. A construção, funcionamento e, principalmente, a segurança dos conhecidos reatores nucleares (câmaras onde a reação de fissão é controlada para impulsionar turbinas e que serão responsáveis pela produção de energia) são alvos constantes de questionamentos, fruto de acidentes que já se transformaram em tragédias.

Na outra ponta dos debates, o perigo das bombas atômicas. Enquanto o mundo tenta assinar acordos onde haja comprometimento sobre o não uso de energia nuclear para destruir, países intensificam as tecnologias que tornam elementos radioativos cada vez mais potentes, não revelam onde o lixo atômico (e perigoso) está sendo depositado. Há perigo. Mas, entre as utilizações da energia gerada no núcleo dos átomos, está o benefício à sociedade, à economia, à saúde. O Ciência&Saúde detalhará essa fonte, crescente, revolucionária e polêmica.

Plutão - Chegada de nave abre campo de exploração

Nasa registrou imagem da maior lua de Plutão, a Charon

Classificado como planeta anão em 2006, Plutão seguia inexplorado pela Ciência, mas depois de histórica viagem de nove anos e uma distância percorrida de cinco bilhões de quilômetros, teve suas primeiras imagens em alta resolução reveladas na última semana. A nave espacial da Nasa, batizada de News Horizons - de 700 milhões de dólares e do tamanho de um piano -, passou apenas a 12.430 quilômetros da superfície. A sonda tirou fotografias com uma resolução de cerca de 100 metros por pixel e recolheu de Plutão e de suas cinco luas dados que devem demorar 16 meses para serem totalmente conhecidos. Desde 1989, uma nave não visitava um sistema planetário.

De acordo com John Grunsfeld, administrador adjunto da missão, conhecer detalhes sobre Plutão tem captado a atenção do público porque revela notícias sobre a origem da Terra e gera mais perguntas, como, por exemplo, se a vida extraterrestre é possível. “O sistema de Plutão é um fóssil dos primórdios do sistema solar. Agora sabemos de onde viemos. Isto abre um novo campo na exploração”, disse Grunsfeld.

Descobertas

As fotos da sonda revelam que o planeta anão tem uma superfície cheia de curiosidades: de uma imagem escura com forma de baleia até uma silhueta clara e brilhante que se parece com um coração - uma planície congelada sem crateras com cerca de 20 quilômetros. Também descobriram que Plutão é um pouco maior do que se pensava, com um raio de 1.185 quilômetros.
 
Plutão tem cordilheiras geladas em sua superfície, com montanhas de altitude de 3.400 metros. “A base que forma estas montanhas deve ser feita de H2O, de água-gelo”, explicou Alan Stern, principal cientista da missão. Existem outros tipos de gelo sobre a superfície de Plutão, formados a partir de nitrogênio, metano e monóxido de carbono. Mas “não é possível fazer montanhas a partir disso. Seria muito fraco”, explicou John Spencer, um dos cientistas do projeto.

A Nasa, agência espacial americana, também informou que Plutão é geologicamente ativo e contém áreas que, em termos astronômicos, são bastante jovens: talvez menos de 100 milhões de anos.

Nasa descobre planeta "primo mais velho" da Terra



Astrônomos que estão à procura de outro planeta Terra no Espaço encontraram um corpo celeste que pode ser o mais parecido até agora: um globo rochoso na órbita de uma estrela à distância correspondente entre a Terra e o Sol. Foi o que informou, em Washington, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa), agência espacial dos Estados Unidos.

O planeta, distante cerca de 1.400 anos-luz da Terra, poderia oferecer uma ideia do que será o apocalíptico futuro da Terra, de acordo com os cientistas. Batizado de Kepler 452b, o corpo celeste foi detectado pelo telescópio espacial da Nasa orbitando a Terra, o Kepler, instrumento captando imagens minuciosas do céu em busca de outros mundos, desde 2009.

“O Kepler 452b está orbitando um primo próximo do Sol, mas que é 1,5 bilhão de anos mais velho”, declarou a Nasa em um comunicado. Além disso, essa estrela é 4% maior que o Sol e 10% mais brilhante. O planeta dá uma volta completa em torno de sua estrela em 385 dias e seu raio é 60% maior que o da Terra. Também há muitas possibilidades de que seja rochoso, apresenta uma atmosfera espessa e poderia ter água em estado líquido que facilite a existência de vida.

Se o planeta é rochoso, e os cientistas têm razões para acreditar que sim, poderia, então, estar em meio a um cenário terrível, já que o calor de sua estrela moribunda estaria evaporando os lagos e oceanos. “Se Kepler 542b é realmente um planeta rochoso, sua localização em relação a sua estrela poderia significar que está passando pela pior fase de efeito estufa de sua história climática”, declarou o astrônomo Doug Caldwell, representante na missão Kepler da instituição Pesquisa de Inteligência Extraterreste (Seti), cuja meta é buscar formas de vida fora da Terra.

“A crescente energia de seu sol envelhecido poderia estar aquecendo a superfície e evaporando qualquer oceano que exista. O vapor d’água poderia estar se perdendo do planeta para sempre”, acrescentou. Em conclusão, “Kepler 452b poderia estar experimentando agora o que sofrerá a Terra daqui a um bilhão de anos, à medida que o Sol envelheça e se torne mais brilhante”.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Sonda espacial alcança maior aproximação do planeta Plutão

Primeira nave terrestre a se aproximar do mais longínquo planeta do Sistema Solar, a sonda automática norte-americana New Horizons, lançada pela agência espacial Nasa em 2006, passou ontem à sua menor distância de Plutão, em uma viagem histórica, que permitirá obter mais informações sobre o corpo celeste. Rebaixado a anão há nove anos pela União Astronômica Internacional (UAI), Plutão foi reabilitado como planeta convencional em 2014.

Funcionários da Nasa comemoraram o feito da sonda New Horizons,
 que após viagem de 4,8 bilhões de km, passou a 12,4 mil km de Plutão

“A sonda New Horizons conseguiu a maior aproximação de Plutão após uma jornada de três bilhões de milhas”, afirmou o comentarista da Nasa no Centro de Física Aplicada Johns Hopkins, no subúrbio de Washington. A uma velocidade de mais de 49.300 quilômetros por hora, depois de uma viagem de 4,8 bilhões de quilômetros, a New Horizons passou a apenas 12.430 km de Plutão, às 8h49min de Brasília.

“Nós completamos o reconhecimento inicial do sistema solar, uma empreitada começada no governo do presidente (John F.) Kennedy (1961-1963) mais de 50 anos atrás e continuada hoje sob a liderança do presidente (Barack) Obama, lembrou o principal pesquisador da New Horizons, Alan Stern.

A sonda já tem enviado imagens e impressões ao
longo de sua aproximação, há varias semanas

Obama comemorou o sucesso da missão no Twitter. “Parabéns a @NASANewHorizons por ter realizado uma viagem de três bilhões de milhas”, escreveu o presidente norte-americano no Twitter.

Desde a Voyager 2, que sobrevoou Netuno em 1989, nenhum planeta distante havia sido aproximado de tão perto. Ontem também completou meio século do primeiro voo rasante sobre Marte, em 14 de julho de 1965, pela sonda Mariner 4.

A sonda dispõe de sete instrumentos de medição de alta performance. A nave está projetada para escanear a superfície de Plutão, analisar a composição de sua atmosfera, sua formação, recolher a temperatura de sua superfície e fotografar.

O que se sabe até agora sobre Plutão provavelmente caberia em um par de páginas. Mas com os dados que serão enviados pela New Horizons, se tudo correr bem, será possível escrever textos inteiros sobre este misterioso corpo celeste. A missão pioneira da Nasa conseguiu confirmar a existência de uma camada de gelo polar em Plutão e descobriu nitrogênio escapando de sua atmosfera. 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...