segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Satélite vai monitorar o meio ambiente do Ceará



Alta tecnologia na palma de uma mão. Assim pode ser descrito o primeiro satélite cearense, previsto para ser lançado ao espaço entre os anos de 2019 e 2020. Em desenvolvimento pelo Laboratório de Engenharia de Sistemas de Computação (LESC), da Universidade Federal do Ceará (UFC) desde de 2015, o Satélite para Análise e Coleta de Dados Experimentais (Sacode) será o primeiro de uma rede nacional para monitoramento ambiental do Estado, tendo como objetivo enviar dados sobre o Semiárido brasileiro para a Terra.

O equipamento pesa até dois quilos e é classificado como nanosatélite ou CubSate, por possuir dimensões multiplas de 10 cm x 10 cm x 10 cm, o equivalente a uma unidade (1U). De acordo com o coordenador adjunto do projeto, professor Jarbas Silveira, esse tamanho padrão para satélites do tipo permite um lançamento mais rápido e custos menores. "Assim podemos focar nos experimentos. Hoje, existe uma tendência de lançar satélites menores e a ideia é que se lancem mais satélites CubSate, como uma constelação, pois eles têm característica de existir como múltiplas unidades", diz.

Altitude
Quando lançado, segundo explica, o Sacode pode se localizar em uma órbita de 400 km a 1 mil km de altitude, com missão que deve durar dois anos. Nesse período, a estimativa é que o equipamento mande dados, com comunicação de seis a sete vezes ao dia, que servirão para monitorar as estações de plataforma do Semiárido nordestino, as condições do solo, umidade, temperatura, além de permitir o estudo da Ionosfera, que é a camada da atmosfera caracterizada por conter cargas de íons e elétrons.

"Nesse estudo da Ionosfera pretende-se verificar os efeitos da radiação, como a recuperação de falhas por incidência de partículas radioativas e o envelhecimento de recursos integrados por absorção de radiação acumulada", detalha.

Computador
Quando pronto, o Sacode atuará por meio de um computador de bordo específico para nano satélite, já construído por um aluno de Mestrado da UFC e, atualmente, na fase final de testes no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

Segundo o professor Jarbas Silveira, a equipe busca financiamentos para custear o restante do projeto, orçado em R$ 2 milhões, sendo R$ 650 mil destinados apenas para o lançamento. "Se for para contratarmos uma base de lançamento provavelmente será em alguma unidade fora do Brasil, mas é possível entrarmos em uma parceria para lançar da Base de Lançamento de Alcântara, no Maranhão".

Sob a coordenação do professor João César Mota, o Sacode é um dos projetos em desenvolvimento no LESC, que faz parte do Departamento de Engenharia de Teleinformática (DETI) da UFC, em parceria com o Inpe, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a Agência Espacial Brasileira (AEB). A equipe do projeto ainda é composta por cinco alunos da graduação, dois mestrandos e um doutorando.

Necessidade
De acordo com o Inpe, o uso de satélites com objetivo no monitoramento de dados do meio ambiente é uma necessidade que vem sendo suprida pelo Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA) desde o ano de 1993. 

O sistema vem sendo usado para monitorar bacias hidrográficas, como meio de previsão meteorológica e climática, para análise dos níveis de poluição e no prognóstico e mitigação de desastres naturais.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Você tem que saber...



O que ler e assistir sobre vida além da Terra

Envolto em mistérios sobre a vida na Terra, o homem não só se aventura no espaço como aproveita as incertezas que cercam o Universo para produzir obras.

Alguns primam pela ciência, outras deixam a imaginação voar acerca do desconhecido. O POVO selecionou livros, filmes e séries para quem tem mais interesse sobre o assunto. (Igor Cavalcante)


LIVRO CONTATO

Escrito por Carl Sagan, considerado um dos maiores divulgadores científicos do século XX, o livro parte de sinais captados num radiotelescópio e leva os leitores a conhecerem o Universo através da ciência e da razão.


GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS

A série de livros mistura ficção científica e humor. Conta a história de um terráqueo que, ao descobrir que o planeta será destruído, pega carona numa nave alienígena e parte em viagem pelo Universo.


SÉRIES


COSMOS: UMA ODISSÉIA DO ESPAÇO -TEMPO

A série de documentário científico é uma continuação da primeira versão, de Carl Sagan. A obra, agora apresentada por Neil deGrasse Tyson, viaja entre as descobertas mais simples da Terra e as mais complexas do Universo.


ARQUIVO X

A série de ficção dos anos 1990 ganhou popularidade ao explorar mistérios não solucionados envolvendo extraterrestres e paranormalidade. A série é conduzida em meio à dualidade dos protagonismos, que dividem-se entre o ceticismo e a crença.


FILMES

2001 - UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO
Apontado por críticos como um dos melhores filmes da história, a obra faz um passeio pela evolução humana e pelos avanços tecnológicos trazidos por ela.

Discute questões filosóficas e explora a existência de vida extraterrestre.


A CHEGADA

Indicado ao Oscar (de Melhor Filme) neste ano, a ficção científica é narrada quando naves alienígenas chegam à Terra e cientistas são chamados para decifrar a linguagem usada pelos
visitantes.

Fonte: jornal O Povo

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Nave Cassini: Google faz homenagem à sonda da Nasa


O Google está fazendo uma homenagem a Nave Cassini que, após 20 anos registrando imagens de Saturno e suas luas, se prepara para encerrar a missão ao mergulhar no interior do gigante gasoso.

“Saturno, prepare-se para o seu close! Hoje, a sonda Cassini começa uma série de rusgas entre Saturno e seus anéis. Estas acrobacias cósmicas são parte do dramático ‘grande final’ da Cassini, um conjunto de órbitas oferecendo terráqueos um olhar sem precedentes no segundo maior planeta do nosso sistema solar”, publicou o Google.

“Ao mergulhar nessa fronteira fascinante, Cassini vai ajudar os cientistas a aprender mais sobre as origens, massa e idade dos anéis de Saturno, bem como os mistérios do interior do gigante gasoso. E, claro, haverá adições deslumbrantes para já impressionante da galeria de fotos da Cassini. Cassini recentemente revelou alguns segredos de Encélado, a lua gelada de Saturno – incluindo condições amigáveis para a vida! Quem sabe o que este explorador vai descobrir no capítulo final de sua missão?”.

“Cassini é um esforço conjunto da NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ASI). A sonda começou sua jornada de 2,2 bilhões de milhas há 20 anos e está junto à Saturno desde 2004. Ainda este ano, a Cassini vai dizer adeus e se tornar parte de Saturno quando ela cair através da atmosfera do planeta. Mas, primeiro, ela tem alguns passeios espetaculares para fazer!”, fecha a nota.

Abaixo, você pode ver um rascunho do Doodle, feito pelo doodler Nate Swinehart, antes de sua produção final:


segunda-feira, 10 de abril de 2017

A origem da vida


Cerca de 4,2 bilhões de anos separam o pesquisador Dominic Papineau e microorganismos que morreram sobre rocha localizada no que atualmente é o sítio arqueológico de Nuvvuagittuq, no Canadá. O local de onde o cientista extraiu os microfósseis é rochoso, com temperatura amena e próximo às águas calmas de uma baía. O cenário em nada se parece com o ambiente submerso, cercado de fontes hidrotermais — de águas quentes e ricas em minerais —, onde os antigos seres viviam.

O que Papineau encontrou daqueles organismos se resume a uma porção de hematita — um tipo de “ferrugem” — ocupando espaço de um décimo de largura de um fio de cabelo. Apesar do tamanho, o material é suficiente para indicar os seres mais antigos já descobertos pelo homem — a espécie considerada mais complexa da cadeia de evolução da natureza. Além de terem estado no mesmo local, o pesquisador da Universidade College London e os micróbios têm em comum o fato de serem organismos vivos, constituídos essencialmente dos mesmos materiais, mesmo com bilhões de anos de diferença.

É olhando para a Terra, em busca dos elementos mais simples, que os cientistas dão o primeiro passo para explicar o Universo. A descoberta publicada em março na revista Nature indica que a vida surgiu aqui no início da formação do planeta — há 4,5 bilhões de anos. “Isso significa que a vida aparece muito cedo, rapidamente ela surge, o que indica que ela é muito simples para a natureza”, explicou Augusto Damineli, professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAGUSP).

Ele explica que os elementos básicos para a formação da vida são carbono, hidrogênio, oxigênio, enxofre, nitrogênio e fósforo. “A vida aqui na Terra é formada pelo lixo, pelo que mais existe no Universo. Os elementos que dão origem à vida estão em todos os lugares. Só precisamos de um pouco de energia para derreter e manter a água”, disse. Conforme o professor, em algum momento da existência da maioria dos astros haverá água líquida, o desafio é mantê-la nesse estado.

De acordo com Damineli, a Terra está a uma distância ideal do Sol e tem núcleo aquecido, o que gera a deriva das placas tectônicas. Ele estima que há pelo menos quatro bilhões de planetas, só nesta galáxia, que são pequenos como a Terra e estão na zona de água líquida. “A vida não é um milagre, a vida é parte das coisas mais simples que tem na química e na geologia”, define.

Mesmo considerando a existência de milhares de estrelas semelhantes ao Sol, o professor Daniel Brito de Freitas, do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), considera que somente neste sistema há condições tão ideais para a formação da vida. Em artigo publicado no periódico The Astrophysical Journal, em fevereiro, ele analisou estrelas semelhantes ao Sol, em formação. “A ciência evidencia que, por enquanto, o Sol é único e especial. Para tirá-lo desse status deveríamos fazer novas observações e estudos”.

De acordo com o professor, vários fatores tornam o sistema solar especial. O Cinturão de Asteróides e Júpiter, que funcionam como escudo de proteção à Terra, são exemplos. “Nosso sistema é único porque tem uma quantidade enorme de elementos, quantidade enorme de planetas e isso é extremamente incomum”, disse. Segundo ele, os planetas funcionam como “vampiros” que sugam a rotação da estrela. No caso do sistema solar, o número de planetas, a disposição e o tamanho mantêm o campo magnético gerado pelo movimento de rotação. 

De acordo com Freitas, até agora, “nada foi encontrado” sobre vida fora da Terra.

O caminho, para ele, é superar o paradigma do modo como entendemos a vida.

“O cenário ainda é o mesmo de quatro décadas atrás, que é a vida ainda entendida no Universo como uma vida tipo a da Terra”, disse. Um dos caminhos pode ser a descoberta de vida mesmo na ausência de elementos considerados essenciais. “O que temos hoje é tentado expandir em laboratório o conceito de vida, para que a gente consiga encontrar condições diferentes das do nosso sistema e que nos faça procurar em outros locais”, explica.

IGOR CAVALCANTE

sexta-feira, 24 de março de 2017

Simulações em Física



Este é um link sobre um site de Portugal, facilmente entendível, sobre simulações em Física, totalmente gratuito que simula diversas áreas da Física. Vale a pena conferir!

OBA, OBF e MOBFOG - Dúvidas frequentes



Olá caros alunos(as), participem das olimpíadas nacionais de Física(OBF) e de astronomia e de astronáutica(OBA) e ainda a de lançamento de foguetes(MBFOG), procurem os auxiliares do apoio e façam suas inscrições, fornecendo apenas o nome completo, número e turma. Vale lembrar que aqueles que vão participar da MOBFOG devem participar obrigatoriamente da OBA o caso contrário não ocorre. As inscrições são gratuitas e quem quiser pode participar somente da OBF, ou somente da OBA, as datas encontram-se abaixo:

Período de inscrições em qualquer uma das olimpíadas: 27-03 à 24-04.
Data da realização da OBA: 19-05.
Data da realização da 1º Fase OBF: 11-05, 2º Fase OBF: 11-08, 3º Fase OBF: 07-10
Data da realização da MOBFG: 13-05

Dúvidas frequentes.

a-) É necessário alguma nota mínima para se inscrever?
Não! Basta o aluno se inscrever, a única coisa que o colégio solicita é o comparecimento no dia da prova, pois caso o aluno se inscreve e não participe, será entrado com os pais para saber o motivo real do não comparecimento, tomamos esse tipo de medida, para evitar dentre outras coisas o desperdício de papel, para a reprodução das provas.

b-) Qual o assunto que será cobrado em cada prova?
Nas aulas de aprofundamento, estão sendo resolvidos exercícios englobando os assuntos de cada prova, porém caso queira um maior detalhamento segue-se os links:


c-) Onde posso conseguir material para elaboração do foguete e quais são as regras para confecção do mesmo?
Você pode consultar diretamente o professor Paulo César, ou acessar o link:


d-) Onde será realizada cada prova?
A OBA consta apenas de uma fase e será realizada no próprio colégio, porém no turno contrário ao do aluno(a), já a mostra de foguetes será realizada no dia 13/05 às 8h, em local definido ainda pela comissão devido a necessidade de locação de um espaço amplo para a prática. Já a prova da OBF, consta de 3 fases a 1º será realizada no próprio colégio em turno contrário ao do aluno, as demais fases serão realizadas em outras instituições de ensino que serão repassadas para o coordenador de área (Professor Paulo César) de cada colégio com um prazo médio de 2 semanas antes da prova.

e-) O colégio leva os alunos aos locais de prova da OBF e da MBFOG?
Sim. Porém o translado de volta é de responsabilidade dos pais.

f-) Terá alguma pontuação extra para as provas?
Sim! Quem participar da MOBFOG terá uma pontuação proporcional ao alcance realizado pelo foguete. Essa pontuação será fornecida pelo professor Paulo César na forma de uma tabela de distâncias que serão afixadas em sala no dia 19-04.

g-) A olimpíada de lançamento de foguetes, pode ser em equipe?
Sim! No máximo 3 componentes (mesmo nível), caso queira fazer sozinho também pode

Professor Paulo César 

11ª Mostra Brasileira de Foguetes


PARTICIPE!

quinta-feira, 23 de março de 2017

quinta-feira, 2 de março de 2017

Telescópio da NASA descobre um sistema solar com sete planetas como a Terra



Uma equipe internacional de astrônomos descobriu um novo sistema solar com sete planetas do tamanho da Terra. Está a cerca de 40 anos luz de nós, orbitando em torno de uma estrela anã e fria, de um tipo de astro conhecido como "anões vermelhos". Na Via Láctea, este tipo de astro é muito mais abundante que as estrelas como o Sol e, recentemente, se tornaram o lugar preferido pelos astrônomos para procurar planetas semelhantes à Terra onde possa ser encontrada vida, segundo explicaram os cientistas da NASA, durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira. "A questão agora não é se encontraremos um planeta como a Terra, mas quando", disseram.

O novo sistema solar orbita em torno da estrela Trappist-1, um astro do tamanho de Júpiter encontrado na constelação de Aquário. No ano passado, uma equipe internacional de astrônomos achou três planetas orbitando este astro, com tão somente 8% da massa do Sol. Em um novo estudo publicado hoje na revista Nature, a mesma equipe confirma a existência desses três planetas e anuncia outros quatro. Todos os sete planetas têm o tamanho similar ao da Terra, mas estão muito mais próximos à sua estrela, o que permitiria que abrigassem água líquida, condição essencial para a vida, segundo um comunicado oficial do Observatório Europeu do Sul (ESO).


Em fevereiro e março de 2016 os astrônomos usaram o telescópio espacial Spitzer, da NASA, para captar as minúsculas flutuações na luz do astro que são produzidas quando os planetas passam na frente de sua estrela. Telescópios terrestres no Chile, África do Sul, Marrocos, Estados Unidos e Ilha de La Palma, nas Canárias, direcionaram também suas lentes para a Trappist-1entre maio e setembro. As observações confirmam a existência de seis planetas, Trappist-1 b, c, d, e, f e g, conforme sua proximidade decrescente do astro, e sugerem a existência de um sétimo, h, ainda não confirmado. Os seis planetas confirmados parecem ser rochosos, como a Terra, Marte, Vênus e Mercúrio, embora alguns possam ser muito menos densos. A Trappist-1 e seus mundos se parecem muito com Júpiter e suas luas geladas Io, Europa, Ganimedes e Calisto, algumas também propensas a abrigar vida.

“É um sistema planetário alucinante, não só por haver tantos, mas porque seu tamanho é surpreendentemente semelhante ao da Terra”, diz Michaël Gillon, pesquisador da Universidade de Liège (Bélgica) e principal autor do estudo.


O planeta mais perto de seu sol leva um dia para completar uma órbita, e o mais distante, 12. Os três primeiros estão perto demais da estrela, o que faz com que provavelmente tenham climas abrasadores em excesso para que a água não evapore de sua superfície, segundo os modelos climáticos usados pelos astrônomos. É provável que h, com um tamanho mais parecido com os de Vênus e Marte, seja um mundo gelado por causa de sua distância da estrela. Os três planetas restantes estão dentro da chamada “zona habitável” e podem abrigar oceanos, segundo o estudo.

O mais importante desta descoberta é que pode permitir observar pela primeira vez a atmosfera de um desses planetas, explica Guillem Anglada-Escudé, astrônomo de Barcelona que trabalha na Universidade Queen Mary, de Londres. Trata-se de uma conquista científica que bem vale um Nobel e é um dos passos prévios fundamentais na busca de vida fora do Sistema Solar. No ano passado, Anglada-Escudé descobriu o exoplaneta de tamanho terrestre mais próximo da Terra, a quatro ano-luz.

Observar a atmosfera

Este mundo também orbita em torno de uma anã vermelha, Próxima Centauri, e pode estar coberto por um grande oceano. Ainda está para ser visto se tem atmosfera, condição quase essencial para a vida, e se esta é observável da Terra. Nos planetas da Trappist-1 “é possível que o telescópio espacial Hubble possa analisar se há atmosfera em algum desses planetas e é bastante provável que o Telescópio Espacial James Webb, que será lançado no próximo ano, possa confirmar isso”, explica o astrônomo.

Embora não possam ser vistas a olho nu da Terra, três de cada quatro estrelas em nossa galáxia são anãs vermelhas, por isso é possível que descobertas como a desta quarta-feira se transformem na norma. O nome da estrela corresponde ao acrônimo Telescópio Pequeno para Planetas em Trânsito e Planetesimais (Trappist), um sistema de dois observatórios robóticos da Universidade de Liège que está rastreando as 60 estrelas anãs frias mais próximas da Terra em busca de planetas habitáveis. Calcula-se que para cada planeta que se consegue detectar com este método haja “entre 20 e 100 vezes mais planetas”, explica Ignas Snellen, da Universidade de Leiden (Holanda), em um comentário ao artigo original publicado na Nature.

Por isso esse achado deve ser um lembrete para os terráqueos de que não há razões objetivas para se sentirem especiais. “Encontrar sete planetas em uma amostra [de estrelas analisadas] tão pequena sugere que o Sistema Solar com seus quatro planetas rochosos pode não ser nada fora do normal”, escreve o pesquisador em um comentário ao artigo original na Nature. Esses planetas podem abrigar vida? Impossível saber disso no momento, diz Snellen, mas “uma coisa é certa: em alguns bilhões de anos, quando o Sol tiver esgotado seu combustível e o Sistema Solar deixar de existir, a Trappist-1 continuará sendo uma estrela em sua infância. Consome hidrogênio tão devagar que continuará viva uns 10 trilhões de anos, 700 vezes mais que a idade total do Universo e, possivelmente, isso é tempo suficiente para que a vida evolua”, conclui.

NÚMEROS QUASE PERFEITOS

O novo sistema solar descoberto na Trappist-1 é extraordinariamente compacto e ordenado. Seus planetas estão em um mesmo plano, como ocorre no Sistema Solar. Além disso, suas órbitas seguem um ritmo periódico e o tempo que levam para completá-las pode ser expresso em frações simples, por exemplo, 8/5 para os planetas c e b ou 5/3 para d e c. Cada planeta influi com sua gravidade na órbita do que está mais próximo dele.

Estas pequenas distorções serviram para calcular a massa dos seis planetas confirmados e indicam que, em sua origem, formaram-se longe da estrela e depois migraram na direção dela. Isso poderia significar uma forma alternativa de criar planetas rochosos que não se parece com a que conhecemos no Sistema Solar. Nas luas de Júpiter, essas distorções fazem com que as luas conservem calor interno e tenham vulcanismo, como Io, ou possíveis oceanos, como Europa. Em 2013 foi descoberto um sistema de seis planetas, três deles habitáveis, em torno da Gliese 667C, a 22 anos-luz da Terra, embora somente dois deles estejam 100% confirmados. O que torna única a descoberta revelada hoje é que pelo menos seis de seus planetas transitam diante de sua estrela, o que permitirá analisar sua atmosfera, se é que a possuem.

Fonte: EL PAÍS
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