quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

"Tripletos", "quartetos", "quintetos" e "sextetos" do universo


Já descrevemos aqui que o firmamento estrelado sempre chamou a atenção do homem desde as épocas mais remotas até os dias atuais e em todas as regiões do planeta Terra. Desde os primeiros homens até o início do século XVII, o instrumento óptico utilizado para observar os astros era o olho humano. Com esse precioso sentido – a visão, nessas épocas, os seres humanos conseguiam observar no céu noturno a faixa luminosa da Via Láctea, as estrelas, os cinco planetas visíveis a olho nu (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), os cometas, os meteoros (estrelas cadentes), as fases da Lua e os eclipses. Mas o homem inventou um novo instrumento... E, em 1609, um cientista resolveu apontar um telescópio para o céu. O resultado foi de tirar o fôlego... A sensação era de que, até então, estávamos míopes! A experiência de Galileu Galilei ampliou a visão da humanidade para o entendimento e a exploração do Universo!

Hoje, com o desenvolvimento da ciência após a renascença e o surgimento de novas tecnologias como a impressionante óptica adaptativa, utilizada nos instrumentos terrestres, e os telescópios espaciais, podemos ver e estudar objetos astronômicos e estruturas do universo que até bem pouco tempo eram inimagináveis!

No artigo de hoje, vamos contemplar alguns desses impressionantes objetos do universo: Os “tripletos”, “quartetos”, “quintetos” e “sextetos”.

O TRIPLETO DE LEÃO
Trata-se de um belíssimo grupo de três galáxias, localizado na constelação do Leão. As três galáxias interagem gravitacionalmente e estão a cerca de 35 milhões de anos-luz da Terra.

A imagem foi obtida pelo poderoso Survey Telescope (VST) e sua câmera de grande campo OmegaCAM do ESO (Observatório Europeu do Sul) instalado no monte Paranal no Chile. Os grandes telescópios já estudavam esses objetos individualmente, mas, graças ao grande campo do VST, as três galáxias podem ser observadas em uma única imagem.

A galáxia embaixo à esquerda (NGC 3628) apresenta-se de perfil e pode-se notar grandes regiões de poeira ao longo do seu plano. As galáxias M65 (objeto Messier 65), acima à direita, e a M66 (objeto Messier 66), abaixo à esquerda, se apresentam inclinadas, o que possibilita a observação dos seus braços em espiral. A imagem também apresenta objetos mais tênues no plano de fundo; que são galáxias muito mais distantes e outros são estrelas da nossa própria galáxia.

O QUARTETO DE ROBERT
Esse é um grupo de quatro galáxias , localizado na constelação de Phoenix, e se encontra a cerca de 160 milhões de anos-luz de nós. Isso significa que a luz que recebemos hoje saiu de lá a cerca de 160 milhões de anos atrás. As quatro galáxias são diferentes e estão num processo de colisão, vão se fundir e gerar uma outra galáxia. 

As galáxias membro do grupo são: NGC 87, NGC 88, NGC 89 e NGC 92 (NGC em português significa: Novo Catálogo Geral). Todas foram descobertas pelo astrônomo inglês John Herschel na década de 1830. O quarteto de Robert é considerado como um dos mais interessantes grupos compactos de galáxias, em especial pela possibilidade de se estudar a interação entre galáxias e a formação de novas estrelas. A galáxia espiral (NGC 92), acima e à esquerda na imagem, é o maior e mais brilhante membro do grupo.

O QUINTETO DE STEPHAN
Esse impressionante grupo de cinco galáxias visuais foi descoberto pelo astrônomo francês Édouard Stephan em 1877. Das cinco galáxias, quatro delas são consideradas o primeiro grupo compacto descoberto e um dos mais estudados. O membro mais brilhante é a NGC 7320 (acima à esquerda) e possui uma gigantesca região de formação de novas estrelas. Se encontra a cerca de 39 milhões de anos-luz da Terra, ao contrário das outras quatro galáxias que estão entre 210 e 340 milhões de anos-luz de nós. O grupo está localizado na constelação de Pegasus.

O SEXTETO DE SEYFERT
Esse fantástico grupo de seis galáxias se encontra a cerca de 190 milhões de anos-luz de nós, localizado na constelação da Cabeça da Serpente. Foi descoberto por Carl Keenan Seyfert do Observatório Barnard, da Universidade Vanderbil. Os primeiros registros fotográficos foram publicados em 1951 e foi considerado o primeiro grupo compacto descoberto até então. As galáxias interagem gravitacionalmente entre si e estimas-se que essa ação entre elas vai durar centenas de milhões de anos, quando as galáxias vão se fundir formando uma única galáxia elíptica gigante. 

Fonte: O POVO
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