Cidade do Vaticano. O papa Francisco afirmou que as teorias científicas da Evolução e do Big Bang estão corretas e que não são incompatíveis com a existência de um criador. “Quando lemos sobre a criação no Gênesis, corremos o risco de imaginar que Deus era um mágico com uma varinha capaz de fazer tudo. Mas não é isso”, disse.
De acordo com o pontífice, a criação do mundo “não é obra do caos, mas deriva de um princípio supremo que cria por amor”.
Segundo o papa, a teoria do Big Bang, que explica a origem do mundo, não se opõe à ideia de um criador divino - justo ao contrário, exige um criador.
A Evolução, diz Francisco, também requer que antes os seres tenham sido criados. “O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige”, afirmou o papa ontem para os acadêmicos que integram a Academia Pontifícia de Ciências.
“Deus criou os seres humanos e permitiu que se desenvolvessem de acordo com leis internas que deu a cada um para que alcancem sua realização”, acrescentou o pontífice.
Segundo Francisco, o homem foi criado com uma característica especial – a liberdade – e recebe a incumbência de proteger a criação, mas quando a liberdade se torna autonomia, destrói a criação e homem assume o lugar do criador.
“Ao cientista, portanto, sobretudo ao cientista cristão, corresponde a atitude de interrogar-se sobre o futuro da humanidade e da Terra; de construir um mundo humano para todas as pessoas e não para um grupo ou uma classe de privilegiados”, concluiu o pontífice.
Antes de Francisco, o papa Pio XII já havia recebido bem as ideias do evolucionismo e do Big Bang. O papa João Paulo II chegou a dizer, em 1996, que a evolução era um “fato comprovado”.
Já o papa Bento XVI defendia a tese de que a seleção natural por si só não explicaria a complexidade do mundo e, assim, haveria um “design inteligente” implícito na evolução. Segundo ele, a Evolução não seria então um processo do acaso.
O papa Francisco inaugurou um busto do seu antecessor na sede da Academia Pontifícia de Ciências, no Vaticano, e disse algumas palavras em homenagem a Bento XVI. “Ninguém pode dizer que o estudo e a ciência fizeram com que ele e seu amor por Deus e pelo próximo diminuíssem. Ao contrário, o conhecimento, a sabedoria e a oração ampliaram seu coração e seu espírito”, disse.
Movimentos populares
Mais de 100 líderes de grupos sociais e leigos, 30 bispos engajados com a realidade dos movimentos sociais em seus países e 50 agentes pastorais, além de alguns membros da Cúria Romana, participam nesta semana do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, que ocorre em Roma até hoje.
Fonte: Diário do Nordeste