sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Cientistas desvendam segredos do Sol

Núcleo do Sol foi observado a partir do subterrâneo da Terra

Do interior da montanha Gran Sasso, no centro da Itália, cientistas conseguiram observar pela primeira vez o núcleo do Sol através de suas emissões de neutrinos, escorregadias partículas elementares que demonstram que a estrela mais próxima da Terra continuará brilhando por pelo menos mais 100 mil anos. “Se é certo que os olhos são o espelho da alma, então, com esses neutrinos não estamos vendo apenas a face do Sol, mas também seu núcleo. Conseguimos vislumbrar a alma do Sol”, anunciou o físico Andrea Pocar, da Universidade de Massachusetts, em Amherst, Nordeste dos Estados Unidos.

Ele participou dessa descoberta feita graças ao detector Borexino. O equipamento está enterrado sob 1,4 mil metros de rocha no laboratório do Gran Sasso. A energia do Sol provém, em 99%, da fusão de núcleos de hidrogênio no coração da estrela.

Essa reação transforma os prótons (partículas com carga positiva) em um núcleo de deutério (uma forma de hidrogênio) e libera, entre outras partículas, um neutrino de baixa energia denominado “neutrino pp” (próton-próton), resumiu o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, que também participou da experiência.


Neutrinos interagem

Desprovidos de carga elétrica e muito pouco sensíveis à gravidade, os neutrinos interagem escassamente com os átomos e, portanto, atravessam a matéria, quase sem consequências.

Essas características permitem aos neutrinos pp, produzidos pelo núcleo solar, atravessar em poucos segundos o plasma solar e chegar à Terra apenas oito minutos mais tarde, a uma velocidade próxima à da luz. Trata-se de um bombardeio maciço, mas indolor ao planeta. (da AFP)

Saiba mais

Os neutrinos observados na experiência Borexino são “testemunhas diretas” do que acontece atualmente no coração da estrela, enquanto sua energia nos aquece sob a forma de raios luminosos. Energia essa que foi produzida há dezenas de milhares de anos.

Os resultados mostram que a atividade do Sol praticamente não mudou nos últimos 100 mil anos e confirmam que a estrela continuará funcionando de forma análoga durante, pelo menos, mais 100 mil anos, segundo o CNRS.

Fonte: O Povo
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