Catarata é a opacificação de uma estrutura que age como uma lente dentro dos olhos, chamada de cristalino. As causas são variadas: idade (senil), após traumatismos oculares, após inflamações intraoculares (uveíte crônica), diabetes, uso de corticoides (medicamento muito usado nas doenças reumáticas), congênita (já existente ao nascer), entre outros.
O diagnóstico da catarata geralmente leva o paciente a uma ansiedade muito grande e algumas perguntas surgem de imediato. Veja algumas e tire suas dúvidas. Nós conversamos com o oftalmologista Giuliano Pires, do CLDO.
O que fazer em caso de diagnóstico de catarata?
Depende da intensidade da catarata e do quanto ela prejudica a visão.
Óculos não melhoram?
Uma catarata inicial só muda o grau e, nestes casos, a mudança do grau dos óculos é suficiente para melhorar a visão naquele momento.
Como podemos evitar sua progressão?
Importante ressaltar que, uma vez iniciado o processo da opacificação do cristalino, não dispomos de nenhum meio efetivo para atrasar ou evitar sua progressão (embora haja alguns colírios no mercado, não há comprovação científica).
É necessário aguardar a catarata “madurar”?
MADURAR a catarata é uma expressão usada para definir o momento certo para a cirurgia. Há alguns anos, com técnicas cirúrgicas menos seguras, geralmente “madurar” significava cegueira neste olho. Assim, operava-se quando a pessoa não mais enxergava. Atualmente, como o advento da FACOEMULSIFICAÇÃO (Cirurgia Moderna de Catarata), a decisão da cirurgia baseia-se não só na visão diminuída, mas também na ocupação da pessoa, na idade, no quanto a catarata está dificultando as funções habituais.
Qual a diferença entre a moderna cirurgia de catarata e a tradicional?
Designamos FACOEMULSIFICAÇÃO como Moderna Cirurgia de Catarata, por ser uma técnica bastante avançada. Através de um orifício de pouco mais de dois milimetros, um aparelho emite ondas de ultrassom dentro do olho, derrete e aspira a catarata. Através desse orifício, coloca-se um cristalino artificial (lente) dobrado. Isso geralmente dispensa o uso de sutura (ponto), tornando a recuperação visual mais rápida e a cirurgia mais segura.
A cirurgia de catarata tem riscos?
Como todo e qualquer procedimento cirúrgico, ela não está isenta de riscos, porém temos que lembrar que catarata é uma doença e precisa ser tratada.
Uma pessoa com mais de 80 anos pode fazer cirurgia?
O tipo de catarata mais frequente é o relacionado à idade. A anestesia é local e, com uma avaliação clínica prévia, pode-se submeter à cirurgia sem maiores riscos à sua saúde. Se um paciente já tem com a idade vários problemas, imagine também não enxergar, atrapalhando para andar, para se relacionar com as pessoas etc. E a catarata é a maior causa de cegueira evitável do mundo!
É verdade que, nos pacientes diabéticos, a recuperação é pior (não cicatriza)?
A recuperação do paciente diabético controlado é equivalente a do não diabético. É importante que ele esteja bem controlado e que uma avaliação oftalmológica prévia seja bem feita para detectar outras causas de baixa visual no paciente diabético como a retinopatia diabética.
E a cirurgia de catarata a laser?
Recentemente, a cirurgia de catarata a laser entrou no Brasil e veio trazer ainda mais precisão ao procedimento.
A cirurgia e a recuperação da facoemulsificação são dolorosas?
Não, o procedimento dura em torno de 15 minutos, o paciente não costuma sentir dor nem durante, nem no período seguinte à cirurgia. O repouso é relativo, evitando realização de grandes esforços físicos, mas os pacientes podem retornar às suas atividades geralmente num tempo muito inferior ao de antigamente.
Podemos operar a catarata sem implantar a lente intraocular?
Uma preocupação frequente dos pacientes diz respeito à lente intraocular. É importante ressaltar que, ao operar a catarata, extraímos uma lente natural do olho e ela precisa ser reposta, caso contrário, voltaremos 50 anos atrás, quando os pacientes operavam a catarata e ficavam dependentes daqueles óculos com grau enorme (as chamadas lentes “fundo de garrafa”). Nos últimos anos, dispomos de um grande arsenal de tipos de lentes intraoculares. Elas diferem no material, no tamanho, uni ou multifocais. Todas estas diferenças são resultados de pesquisas com o intuito de diminuir a dependência dos óculos, materiais biocompativos. Somente o médico oftalmologista pode indicar a melhor lente para cada caso.
Fonte: Jornal - Diário do Norteste
Fonte: Jornal - Diário do Norteste